O Brasil virou a página da crise financeira mundial com crescimento de 7,5% em 2010. Embalado pelo setor de serviços e pela recuperação da indústria, o Produto Interno Bruto (PIB) ficou longe da estagnação de 2009 e recuperou o ritmo perdido em setembro de 2008, quando o estouro da bolha imobiliária americana secou fontes de crédito e derrubou o consumo mundial de matérias-primas e produtos finais. A taxa é a maior dos últimos 24 anos - superando ligeiramente a do Plano Cruzado, em 1986, quando o PIB avançara 7,49%.
Os investimentos dispararam 21,8%, enquanto o consumo das famílias avançou 7% e os gastos do governo, 3,3%. Para dar conta da demanda aquecida, a indústria cresceu 10,1%, os serviços, responsáveis por mais de 60% do PIB, atingiram taxa de 5,4%. A agropecuária, por sua vez, avançou 6,5%. Com tamanho desempenho, a soma das riquezas produzidas no País chegou a R$ 3,6 trilhões no ano passado.
"Este resultado do PIB reflete o tamanho da demanda. É o 29º trimestre consecutivo de aumento no consumo das famílias", observa Roberto Olinto, coordenador de Contas Nacionais Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No quarto trimestre, o PIB cresceu 0,7% em relação ao terceiro. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o avanço é de 5%. O IBGE divulga nesta manhã as Contas Nacionais Trimestrais do período de outubro a dezembro de 2010.
Brasil perde apenas para China e Índia
O crescimento de 7,5% da economia brasileira em 2010 só perde para China e Índia, segundo ranking apresentado pelo IBGE com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os chineses elevaram em 10,3% o PIB, e os indianos, em 8,6%. De acordo com IBGE, a economia mundial cresceu em média 5% no ano passado. O desempenho do PIB brasileiro superou o da Noruega (6,1%), México (5,5%), Japão (3,9%), Rússia (3,8%), Alemanha (3,6%) e Estados Unidos (2,9%), entre outros. A União Européia avançou 1,7% no período, enquanto Espanha e Grécia reduziram o PIB em 0,1% e 4,5%.
O IBGE pondera que o PIB per capita do Brasil é bem maior que a da China e da Índia. Em 2009, a renda por habitante no Brasil chegou a US$ 10,1 mil, enquanto entre chineses e indianos, o valor é de US$ 6,6 mil e 3,1 mil.
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