Uma animação divulgada hoje (31) pela agência espacial européia (ESA, na sigla em inglês) mostra pela primeira vez a variação da força da gravidade na Terra e como ela deforma o planeta. O modelo vai auxiliar na melhor compreensão sobre o comportamento do planeta, suas marés, e, talvez, ajudar a prever fenômenos como terremotos e vulcões.
Os dados foram obtidos pelo satélite GOCE, lançado em órbita há dois anos. As cores mais frias, puxando para o azul, indicam onde a gravidade é mais fraca. As mais quentes, variando do vermelho ao amarelo, onde ela é mais forte.
As imagens mostram com detalhes o chamado geoide, nome que os cientistas dão ao formato real do planeta, irregular e com a massa distribuída de maneira desigual. É possível também perceber detalhes da topografia do planeta, como a cordilheira dos Andes na América do Sul ou o formato dos continentes.
Os oceanos, por exemplo, estão retratados moldados apenas pela gravidade, sem a influência de correntes marítimas e marés. Segundo os cientistas, é uma referência essencial para medir a circulação de correntes, a mudança do nível do mar e da dinâmica do gelo, e das mudanças climáticas.
A melhor compreensão das variações do campo gravitacional vai levar também ao entendimento mais detalhado do interior da Terra, como a física e a dinâmica associada aos vulcões e terremotos, que marcam o campo gravitacional do planeta. Estas "assinaturas" gravitacionais poderiam ser usadas para o estudo dos processos que conduzem a estas catástrofes naturais e, finalmente, ajudar a prevê-los.
Satélite
O satélite GOCE (sigla para Explorador de Circulação Oceânica e Campos de Gravidade) foi lançado em março de 2009. Ele percorre o planeta na menor órbita atualmente para um satélite em operação, e mapeia diferenças quase imperceptíveis na força que a massa do planeta exerce em todas as pessoas e objetos.