O Banco Central revisou a previsão de crescimento do PIB (soma dos bens e serviços produzidos no país em um determinado período) de 2010 de 5,8% para 7,3%. A estimativa faz parte do Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quarta-feira.
"Esse aumento da projeção está em linha com resultados divulgados no primeiro semestre do ano e reflete melhora generalizada dos indicadores de atividade, sejam pela a ótica da produção ou pela da demanda", diz o BC no documento.
No primeiro trimestre, o PIB cresceu 9% em relação ao mesmo período de 2009, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com o BC, a acomodação observada em abril na atividade industrial e nas vendas do comércio varejista não é um indicativo de alteração na tendência de crescimento, "que deverá seguir sustentada pelas trajetórias favoráveis do mercado de trabalho e dos índices de confiança de empresários e consumidores, e pela intensificação das operações de crédito".
O BC cita também dados de abril do seu indicador sobre o nível de atividade econômica (IBC-BR), que "reforça as perspectivas de continuidade do ciclo de expansão em que a economia se encontra."
Para a instituição, esse desempenho já incorpora o impacto negativo esperado pela antecipação de compras registrado no primeiro trimestre do ano, devido ao final da desoneração fiscal para compra de veículos e outros bens duráveis.
Setores
A agropecuária deverá crescer 5,4%. Para o setor de serviços, a previsão passou de 4,7% para 5,3%.
A projeção de expansão para a indústria passou de 8,3% para 11,6%, com ênfase na revisão da estimativa para a construção civil (de 10,1% para 13,3%). A estimativa para o crescimento da indústria de transformação passou de 8,2% para 12,3%.
Considerada a ótica da demanda, a estimativa para o consumo das famílias aumentou de 6,1% para 7,2%, enquanto a estimativa relativa ao consumo do governo cresceu 0,3 p.p., para 3,2%. A expansão do investimento deve chegar a 17,1%, ante 15,7% na projeção anterior, feita em março.
"A demanda interna permanece como elemento propulsor do ritmo de crescimento econômico, com ênfase na recuperação dos investimentos, o que ratifica o cenário de sustentabilidade, a médio prazo, da expansão da economia", diz o BC.
O setor externo segue contribuindo negativamente para o crescimento do PIB, segundo o BC, devido ao impacto negativo sobre a balança comercial brasileira exercido pelo diferencial "expressivo" entre os processos de recuperação das economias brasileira e mundial.
Folha online
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