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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

VÍDEO AULA: ÁSIA

PORTAL IG - Rio de 6 mil km é descoberto embaixo do Rio Amazonas

Descoberta foi feita graças a dados de poços perfurados pela Petrobras. Rio corre a 4 mil metros de profundidade
Foto: Getty Images
Pesquisadores do Observatório Nacional (ON) encontraram evidências de um rio subterrâneo de 6 mil quilômetros de extensão que corre embaixo do Rio Amazonas, a uma profundidade de 4 mil metros. Os dois cursos d’água têm o mesmo sentido de fluxo - de oeste para leste -, mas se comportam de forma diferente.

A descoberta foi possível graças aos dados de temperatura de 241 poços profundos perfurados pela Petrobras nas décadas de 1970 e 1980, na região amazônica. A estatal procurava petróleo.

Fluidos que se movimentam por meios porosos - como a água que corre por dentro dos sedimentos sob a Bacia Amazônica - costumam produzir sutis variações de temperatura. Com a informação térmica fornecida pela Petrobras, os cientistas Valiya Hamza, da Coordenação de Geofísica do Observatório Nacional, e a professora Elizabeth Tavares Pimentel, da Universidade Federal do Amazonas, identificaram a movimentação de águas subterrâneas em profundidades de até 4 mil metros.

O dados do doutorado de Elizabeth, sob orientação de Hamza, foram apresentados na semana passada no 12.º Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Geofísica, no Rio. Em homenagem ao orientador, um pesquisador indiano que vive no Brasil desde 1974, os cientistas batizaram o fluxo subterrâneo de Rio Hamza.

Características
A vazão média do Rio Amazonas é estimada em 133 mil metros cúbicos de água por segundo (m3/s). O fluxo subterrâneo contém apenas 2% desse volume com uma vazão de 3 mil m3/s - maior que a do Rio São Francisco, que corta Minas e o Nordeste e beneficia 13 milhões de pessoas, de 2,7 mil m3/s. Para se ter uma ideia da força do Hamza, quando a calha do Rio Tietê, em São Paulo, está cheia, a vazão alcança pouco mais de 1 mil m3/s.

As diferenças entre o Amazonas e o Hamza também são significativas quando se compara a largura e a velocidade do curso d’água dos dois rios. Enquanto as margens do Amazonas distam de 1 a 100 quilômetros, a largura do rio subterrâneo varia de 200 a 400 quilômetros. Por outro lado, a s águas do Amazonas correm de 0,1 a 2 metros por segundo, dependendo do local. Embaixo da terra, a velocidade é muito menor: de 10 a 100 metros por ano.

Há uma explicação simples para a lentidão subterrânea. Na superfície, a água movimenta-se sobre a calha do rio, como um líquido que escorre sobre a superfície. Nas profundezas, não há um túnel por onde a água possa correr. Ela vence pouco a pouco a resistência de sedimentos que atuam como uma gigantesca esponja: o líquido caminha pelos poros da rocha rumo ao mar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

CHARGE - ALUNO ESTRANHO

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PROFESSORES INDICAM TEMAS PARA O ENEM

"A prova de redação do Enem aborda, tradicionalmente, temas de relevância nacional "Não basta mergulhar nos livros didáticos, decorar regras de acentuação e caprichar na ortografia. Para se dar bem na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em outubro, é preciso conhecer a fundo assuntos da atualidade. Educadores ouvidos pelo Jornal da Tarde sugerem atenção especial a temas largamente discutidos neste ano, como o Código Florestal e o casamento gay.

A prova de redação do Enem aborda, tradicionalmente, temas de relevância nacional em política, sociedade ou cultura, de repercussão doméstica e com forte valorização dos direitos humanos. Por isso, é fundamental que o aluno tenha repertório para discutir esses assuntos com propriedade.

Na opinião da educadora do Colégio Marista Arquidiocesano, Cristina Helena Ferreira, a redação do Enem 'substitui' uma entrevista pessoal com o candidato a uma vaga na universidade. 'A redação avalia como o estudante pensa e se articula, como reivindica seus direitos e quais são seus valores. Em resumo, o que ele tem a oferecer.'

Neste ano, diz a professora Cristina, os alunos do Arquidiocesano escreveram sobre homofobia e união estável, energia nuclear (motivada pelo vazamento da usina de Fukushima, no Japão), corrupção durante os preparativos para a Copa e o papel da mulher na sociedade com a eleição de Dilma Rousseff à Presidência. 'São assuntos que requerem atenção para quem fará o Enem', avalia. Na escola, os temas das redações são propostos pelos próprios alunos no ensino médio.

Professora de Redação do Ensino Médio do Colégio Equipe, Áurea Rampazzo acredita que o exame cobra uma atitude crítica. 'É a postura que o jovem deve ter do seu entorno. Ele precisa ter coragem de questionar, desconfiar das grandes verdades e propor uma intervenção viável para essa situação', indica.

Simone Ferreira Gomes da Motta, professora do Colégio Etapa, diz que assuntos como o caso das modelos que não desfilaram na São Paulo Fashion Week 2011 porque estavam abaixo do peso recomendado podem ser abordados na redação. 'A partir disso, podemos falar sobre como coibir os transtornos alimentares e discorrer sobre as mortes por anorexia', sugere. 'Já os ataques a homossexuais e a aprovação da união homoafetiva poderão retomar discussões sobre preconceito e desigualdade de gêneros.'

A estudante Ana Carolina Cartillone, de 17 anos, também tem seu palpite sobre o tema da redação, endossado pela opinião dos professores: a participação dos jovens nas transformações políticas de um país, especialmente no caso das mobilizações via redes sociais. Já Natália Doratioto Serrano Faria Braz, de 21 anos, está atenta à Primavera Árabe (manifestações que questionam os regimes autoritários em diversos países do Oriente Médio) e diz que lê tudo que encontra sobre o tema.